Sapiens midiatizado: conhecimentos comunicacionais na constituição da espécie

A pandemia entrelaçando-se com a midiatização 297 valores identificatórios através dos quais estes jovens, muitas vezes, projetavam e nutriam suas escolhas em relação ao “modo de ser” de seus possíveis mestres, até então conhecidos apenas por referências de terceiros. Isto é algo distinto do que viria a ser, por exemplo, o futuro protocolo publicitário sobre o vestibular, eivado de promessas e nelas residindo uma ideia pragmática, e vaga, deste concurso como uma espécie de “passaporte da felicidade”. O discurso institucional universitário de outrora contemplava, em suas ações de extensão, entes vivos, constituídos por identidades, enquanto possibilidade de qualificar o “homem ordinário” (CERTEAU, 1996 e MUSIL, 2018), como alguém que não seria, apenas, um cliente rotulado de acordo com códigos burocráticos. Valorizava-se sua existência e po- tencialidade, através de serviços educativos, indo além da ofer- ta de cursos motivada em torno de promoção comercial. Mais que isso, alunos eram compreendidos como integrantes de co- letivos mais complexos, uma vez que eram reconhecidos por variáveis que levavam em conta suas características e dimensões culturais, existenciais, sociopsicológicas, etc. Talvez possa ser dito que o aparecimento de associações de ex-alunos esteja associado aos efeitos das relações que marcaram os vínculos daqueles com a universidade. Destacado em suas diferenças, mas personagem de uma ação educativa tentativamente simé- trica, o aluno criaria formas de manutenção de vínculo com a universidade, enquanto reconhecimento da formação educa- tiva recebida, algo que foi se transformando em tempos mais distantes, diante do avanço da cultura impessoal dos processos de linearização digital. As matrizes comunicacionais através das quais a uni- versidade construía vínculos com a sociedade estavam mescladas às lógicas das instituições acadêmicas, segundo serviços que experimentavam “estratégias de contato” assentadas em prin- cípios mediacionais, e não os de caráter publicitário bem como os de relações públicas. Ou seja, a ação comunicacional estava a serviço dos postulados universitários, ao contrário do que suce- de na atualidade, quando a oferta de serviços acadêmicos está subordinada, dentre outras, às técnicas mercadológicas e aos ri- tuais de outras culturas corporativas, etc.

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