A pandemia entrelaçando-se com a midiatização 299 que, outrora, as teorias inspiravam a ideia de que a ação social com vistas à modernização se faria em torno da influência que algumas práticas poderiam exercer sobre outras – via estratégias comunicacionais de caráter persuasivo – oferecendo-lhes acenos, valores e sentidos sobre a modernidade. Em tempos atuais, tais princípios causalistas prevalecem, mas operam desprovidos das persuasões de então, bem como das mediações e de seus potenciais cooperativos. No lugar delas, destacam-se outros operado- res segundo matrizes e injunções socio-técnico-comunicacionais, cuja eficácia, porém, forma-se em torno de uma outra modalidade de ação causalista. Se outrora esta repousava sobre a atribuição de poder de influência do ofertador sobre o recebedor, desta feita, em tempos atuais, o princípio causalista – e os seus estilhaçamentos, enquanto efeitos de ação da convergência – se mantém, mu- dando-se apenas seus operadores bem como os fundamentos de lógicas das ações por eles utilizadas. Assim, a conjugação de instâncias tecnocomunicacionais passaria a constituir uma matriz e ambiência, ao mesmo tempo que se teceria uma nova forma de ação social fundada não mais na mediação, mas em novas interfaces de protocolos tecnocomunicacionais (FAUSTO NETO, 2016). Resumidamente, lançamos, aqui, indicações sobre o debate acerca dos efeitos de tecnologias (de comunicação) sobre práticas sociais, especialmente as de natureza educati- va. Destaca-se a categoria da convergência como um operador analítico, mas que negligencia o fato de que os processos sociais, além de dinâmicos, são também complexos, pois efeitos de tecnologias e suas manifestações não se produzem unilate- ralmente, uma vez que são permeados por lógicas e operações que escapam às fronteiras determinísticas da racionalidade da convergência. Há, além de um discurso triunfalista – como o que vendeu as teorias centrais sobre o capitalismo em séculos passados – no contexto de práticas sociais, outras formulações que chamam atenção para a problemática das condições de ofertas, usos e apropriações de práticas de meios e mensagens. Leituras de várias linhagens já sinalizavam haver descompasso entre pressupostos de ofertas e de apropriação de mensagens, em fun- ção de lógicas e de operações distintas que orientam o processo interacional (produção e recepção) fundado em postulados de diferenças. Trata-se de uma dinâmica interacional que se orga-
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