Sapiens midiatizado: conhecimentos comunicacionais na constituição da espécie

Antonio Fausto Neto 306 rotinas submetidas aos calendários e protocolos acadêmicos se vê paralisado ou, mesmo, desarticulado. Mas, de alguma forma, tal realidade desalentadora se constituiria na fonte geradora de insumos humanos, inventivos e intelectuais, redirecionando as ações comunicacionais da universidade. A pandemia, de algu- ma forma, deixou de ser uma problemática vista de modo es- tanque, tornando-se também fonte geradora de elaborações que ensejassem novas maneiras de intervenção da universidade, no cotidiano da pandemia. A breve descrição de registros que fare- mos adiante somente pode ser compreendida se levarmos em consideração a importância de aspectos da midiatização como dimensão redinamizadora da universidade, como produção de conhecimento. Se anteriormente seguiria rotinas autorreferentes, depois se encolheria para se defender do vírus e, em segui- da, repotencializaria seu capital humano, técnico e intelectual, para reinventar ou, então, refazer sua caminhada a partir do reconhecimento do seu próprio “saber vigília”, ao longo da pan- demia. Como (re)situar dinâmicas da midiatização, na universi- dade, que valorizassem aspectos que vão além das estratégias autorreferentes? Isso sugere que, por um lado, a midiatização já se encontrava instalada no corpo da universidade, na medida em que sua anunciabilidade e modos pelos quais se dá seu reconhecimento são permeados por lógicas vinculadas às “lógicas das planilhas”. Mas, por outro lado, a pandemia expôs a impor- tância de uma outra matriz comunicacional, no sentido de fazer falar o campus – ou a partir dele –, algo que somente pode ser examinado a partir de inventários de ações que brotaram da sua realidade, em contato com outros tecidos expostos, também, às injunções da pandemia. A identificação destas “ações tentativas” resultou da descrição de registros sobre cenários de experimen- tação, gerando outros protocolos de engajamento da universidade com o tecido social mais amplo, a tal ponto que se poderia perguntar: que universidade emergiu neste contexto da midiati- zação da pandemia? Neste sentido, observamos que, ao longo dos anos 20 e 21, várias experimentações foram desencadeadas, em diver- sas escalas, e afetaram a reorganização dos campi, desta feita, submetendo tecnologias digitais a modalidades de contatos im- postos pela realidade limitadora de aglomeração e de reunião.

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