Sapiens midiatizado: conhecimentos comunicacionais na constituição da espécie

Antonio Fausto Neto 308 TO; BORELLI, 2021; SOUZA, 2021; e CUNHA, 2021). Professores ingressaram em circuitos da midiatização de natureza comuni- tária, participando, em tempo real, da nova conversação radio- fônica – televisiva – sobre a pandemia, criada pelos próprios meios de comunicação, ao lado de experts do campo da saúde. Especialistas universitários, de vários campos de conhecimento, participaram de fóruns de discussões – midiatizados segundo vários formatos, envolvendo a pandemia a partir dos ângulos de suas especialidades. Alguns deles, face à frequência com que fo- ram ouvidos em telejornais, transformaram-se em espécies de “consultores cativos”. Grupos de trabalho debruçaram-se sobre reformas de currículos, acolhendo disciplinas convergentes com problemas de comunicação, cujos conteúdos emanaram das intervenções de especialistas, nas quais a problemática da infor- mação e de entendimento sobre o vírus, etc. foi manifestada de forma intensa e interrogativa. Fóruns foram criados, inclusive com o suporte acadêmico, para desmontar trajetórias de fake news sobre a pandemia. A inserção destas referências nos per- mite lembrar que foram pesquisas em ato que trouxeram relatos de como o tecido social construía sentidos acerca das manifestações da pandemia em um vasto circuito de instituições e de rea- lidades, a partir de marcos analíticos que permearam atividades de ensino e de pesquisa dos seus autores, em contextos diversos afetados pela pandemia. Trata-se, assim, apenas de uma breve amostragem de pesquisas e experimentações que emanam na pandemia. Isto significa destacar o alto potencial da “inteligência universitária” para mobilizar seus instrumentais no sentido de pôr em funcionamento processos observacionais acerca da pandemia que vão além das fronteiras dos campi. Estes dados são extraídos de livro que reúne trabalhos de mais de 60 autores sobre a pandemia, segundo diversas an- gulações e perspectivas de análise em termos comunicacionais e que estão em interface com a produção científica universitá- ria e com as realidades observadas (WESCHENFELDER et al., 2021). Tais textos oferecem perspectivas de várias naturezas e já ingressam na universidade como material de trabalho, ao tematizar a pandemia, segundo distintos ângulos da midiatiza- ção em processo. São escritos que foram, literalmente, produzidos em vários cenários da pandemia. Artigos resultaram de

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