Sapiens midiatizado: conhecimentos comunicacionais na constituição da espécie

A pandemia entrelaçando-se com a midiatização 309 entrevistas quando as questões apresentadas foram discutidas e veiculadas em canal do CISECO – Centro Internacional de Se- miótica e Comunicação, no YouTube, e posteriormente editadas em publicação mencionada, cuja natureza vai além de um livro, uma vez que são estudos em processos e que vão retornando à universidade, migrando para outros fóruns de trabalho, fazendo movimento para seguir a pandemia, segundo instrumental analítico que é dinamizado por temporalidades e processualidades e, também, através de entrelaçamentos ensejados pela midiati- zação em processo. Portanto, o ambiente universitário não é apenas uma caixa de ressonância de um novo modo de ser no mundo. Seus atores e ferramentas de trabalho são condição de produção de um mundo que é por este ambiente também organizado e pro- dutor de sentidos, segundo complexos vínculos e interações com outros sistemas e suas práticas sociais e discursivas. Aspectos que apontavam a universidade como entida- de mediacional preservam algumas de suas características. Po- rém, emergem rastros de novas configurações que atravessam temporalidades e materialidades discursivas, fazendo surgir marcas da midiatização e entrelaçamentos gerados por ela, es- tabelecendo uma nova matriz de inteligibilidade. Neste contexto midiatizado, que reúne resquícios da mediação, afloramentos e efeitos da midiatização, bem como in- junções das interpenetrações de discursos, destaca-se, também, a importância de processos observacionais desenvolvidos se- gundo várias lógicas sociais que se entrelaçam, causando efeitos não sabidos antecipadamente. E, de modo específico, suas presenças na auto-organização de sistemas sociais, bem como suas incidências sobre os sistemas sociais complexos, como é o caso da universidade (VERÓN, 2015). Segundo a perspectiva aqui desenvolvida, a universi- dade está em interação com outras instituições e com os atores sociais, enquanto sistemas e coletivos, enquanto lugar de observação de si mesmo e também dos demais sistemas, segundo singularidades dos seus postulados, racionalidades, gramáticas e operações discursivas. É neste âmbito que se manifestam possibilidades de “falar de si”, “falar aos outros”, “falar sobre os ou- tros” e “falar com os outros”, segundo protocolos enunciativos

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