A pandemia entrelaçando-se com a midiatização 311 irredutíveis, porque são autorreferenciais e auto-organizantes; contudo, eles se interpenetram através de vários protocolos, se- gundo práticas discursivas permeadas por efeitos presumíveis, mas que não se realizam de modo unilateral. Efeitos de sentidos entre a universidade e a sociedade somente podem ser descritos e compreendidos a partir dos acoplamentos de suas práticas. Es- tas se expressam na heterogeneidade de discursos, cujas operações e marcas dos seus trabalhos produtivos e circulatórios alu- dem às lógicas, temporalidades, racionalidades distintas, segun- do as quais despontam em suas próprias superfícies discursivas. As questões até aqui apresentadas sugerem pensar que o trabalho observacional e de operações da universidade sobre os demais sistemas (sociais e socioindividuais) e vice-versa se faz em uma escala espaçotemporal caracterizada pela progres- siva e complexa manifestação de fenômenos midiáticos que, a seu turno, também se transformam e se especificam em períodos distintos: desde a sociedade caracterizada pela presença dos mass media àquela cuja ambiência e sua organização social é permeada e envolta – em termos amplos e progressivos – por lógicas e operações de processos de midiatização. Conforme registramos, estudamos as relações da AIDS com discursos midiáticos, examinando como esta modalidade de discursos sociais enunciava aquela epidemia, a partir de ma- terialidades de páginas de jornais. Destacamos o fato de que a AIDS seria um efeito da construção de narrativas jornalísticas, possivelmente momento seminal de um dos estágios emergen- tes da midiatização (FAUSTO NETO, 2000). Desta feita, chama- mos a atenção para processos observacionais sobre a pandemia no contexto da produção universitária, observando entrelaça- mentos de ações comunicacionais sobre a pandemia que se pas- sam na universidade. Privilegiam-se estudos que indagam o que há de midiatização sobre a pandemia, mas, ao mesmo tempo, questionamos: como a pandemia estaria fazendo um giro im- portante no trabalho investigativo acadêmico comunicacional, já partir de sua eclosão, ao longo dos anos 20-21? Do ponto de vista investigativo, consideramos im- portantes os estudos sobre as relações da universidade com a midiatização, especialmente fenômenos como a pandemia que aflora, no contexto desta relação, enquanto uma problemática
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