Sapiens midiatizado: conhecimentos comunicacionais na constituição da espécie

Ciro Marcondes 40 posição é que esses conceitos não são aplicáveis. Nós não explicamos, nós não damos um parecer sobre isso. Nós estamos sentin- do e de alguma forma tentamos expressar isso por meio da arte, por meio de fórmulas não convencionais de comunicabilidade, que se expressam de uma maneira indireta pela arte, pela comu- nicação, pela poesia, pelas manifestações até então tidas como menores na nossa área. Bom, não tenho muito mais o que dizer a respeito, mas é um tema que eu invisto bastante nele. Era isso. Jairo: Muito obrigado, Ciro, muito obrigado, Braga. Professora Isabel, por favor, queira apresentar a sua pergunta. Pode apresentar em inglês ou português, como queira. Isabel Löfgren: Muito obrigada pelas falas, muito obri- gada pela exposição de vocês, é muito interessante poder voltar para as raízes de onde estamos agora. Então, eu acho que às ve- zes esse tipo de discussão nós levamos adiante nas nossas aulas, nas nossas escritas. Então, acho interessante nós nos aprofundarmos no porquê, em primeiro lugar, entramos nessa discipli- na. Eu concordo que temos que olhar mais a fundo sobre a mi- diatização que está ocorrendo agora, que há o risco de ficarmos entendendo os efeitos e as reações, em vez de agirmos, de ser- mos proativos, em vez de propormos soluções, ficamos na apatia da reação. Então, esse é um desafio para nós, se pudermos chamá-lo de o fenômeno da midiatização, e gostaria de perguntar, uma pergunta geral, como você enxerga nós pesquisadores no papel importante de propor novas epistemologias? Para que não caiamos na situação de somente analisarmos o que está aconte- cendo, na armadilha. Ciro: Quero dizer que a pergunta é muito importante, não só para ela, mas para todos nós pesquisadores. Uma pergun- ta que eu acho que incomoda a todos nós. Porque nos provoca, nos faz pensar o que que nós estamos fazendo efetivamente na universidade. Porque para que não se torne um trabalho mera- mente burocrático, que eu acho que é a angústia de todos nós e que precisava a cada momento ser trabalhado. Eu particularmente fui atacado por esse tipo de inquietação que me levou a repensar a questão da comunicação. Porque os meus estudos anteriores eram estudos dispersos em relação a seu objeto. Então, uma vez que eu tinha retornado ao Brasil, aí me veio a cons- tatação de que precisava realmente ir a fundo em alguma coisa.

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