Memória

1.    HISTÓRICO DE EVENTOS ANTERIORES

Os três primeiros eventos contaram com o apoio da Capes (I, II e III), do CNPq (I e II) e Fapergs (II).

Coerente com os objetivos centrais dessa proposta,  nas primeiras três edições, tivemos presença de pesquisadores da Alemanha, França, Dinamarca, Suécia, Portugal, Rússia, Bélgica e Argentina – abrangendo um universo de dez universidades estrangeiras – e de cerca de duas dezenas de pesquisadores nacionais de 13 programas de pós-graduação na área da comunicação (ver programação dos eventos anteriores em https://www.midiaticom.org/seminario-midiatizacao/). Nos Grupos de Trabalho, reunimos, em três anos, mais de 500 pesquisadores, doutorandos, mestrandos e graduandos, de mais de 50 universidades do Brasil.

A  programação das três primeiras edições realizadas pode ser vista em https://www.midiaticom.org/seminario-midiatizacao/ (aba Edições Anteriores). Em média, com mais de duas centenas de submissões, o seminário tem a seguinte composição: 21% de professores-pesquisadores; 33% doutores e doutorandos; 33% mestres e mestrandos; 13% de graduados e graduandos vinculados a pesquisa de iniciação científica e/ou com resultados de pesquisa em TCC. Os anais de resumos expandidos, distribuídos por 17 GTs, estão disponíveis em https://midiaticom.org/anais/index.php/seminario-midiatizacao-resumos/. Os Anais de artigos selecionados, em formato completo, estão disponíveis em: https://midiaticom.org/anais/index.php/seminario-midiatizacao-artigos. Os e-books em produção podem ser visualizados em https://www.midiaticom.org/e-books/.

Se destaca a forte presença exógena (em relação ao PPG-Unisinos), em relação à região metropolitana de Porto Alegre e em relação às universidades do Rio Grande do Sul (tabela I). Destaca-se também, o elevado índice de renovação de participantes, conforme as sucessivas edições (tabela abaixo e diagrama).

 

2.    ANTECEDENTES EPISTEMOLÓGICOS

O conceito de midiatização se amplia hoje nas pesquisas em diversos centros de investigação em comunicação na União Europeia, Canadá, Estados Unidos, América Latina e Rússia. Juntamente com outros centros, é possível considerar que os estudos em comunicação no Brasil, através do PPGCC-Unisinos, são um dos fundadores dessa perspectiva de pesquisa. Se observa também que em outros centros de reflexão vêm se desenvolvendo novas abordagens, instigantes, com um grau diferenciado em torno desse operador semântico, como cerne de operações cognitivas que passam a referenciar pesquisas no campo da comunicação.

A Midiatização, como objeto epistemológico do campo da comunicação, atinge um momento em que se transforma em uma linhagem de pesquisa (assim como outras linhagens conhecidas: estudos de recepção, cibercultura, economia política, semiótica, etc). A bibliografia internacional que referencia este projeto indica essas diversidade e atualidade. As origens dessa linhagem são variadas. Os conceitos em torno, as pesquisas empíricas e abordagens metodológicas, também. O Seminário Internacional de Pesquisas em Midiatização e Processos Sociais reúne essas as várias tendências teóricas e metodológicas em torno dessa linhagem de investigação. A importância dessa proposição está vinculada à busca de reflexão sobre o conceito de midiatização a partir das tensões entre perspectivas diversas, se propondo a refletir sobre esse “estado da arte” das pesquisas que versam sobre o tema, que dialogam e operam o a partir do conceito ou da processualidade envolvida.

 

3.    OBJETIVOS

O objetivo central desta proposição é situar a pesquisa no Brasil como lugar de reflexão e de articulação entre epistemologias em construção em torno da midiatização como linhagem de pesquisa: de um lado, objetos, método e metodologias situadas no Sul, especialmente na Argentina e no Brasil e, de outro, no Norte.

Busca-se, assim, desregionalizar a pesquisa sobre midiatização e processos sociais, através de sinergias, trocas e reflexões compartilhadas e suplantar uma tendência em que o percurso epistemológico de algumas linhagens de pesquisa em comunicação é marcado por clivagens regionais. Em termos de posicionamento nos processos de internacionalização do saber, tais clivagens muitas vezes acabam por favorecer baixa inserção nos circuitos internacionais de distribuição do saber.

Esses objetivos podem ser desdobrados em especificidades: tensionar as hipóteses e construções conceituais em torno da midiatização e processos sociais desenvolvidas em múltiplas instituições e regionalidades, com a participação brasileiros inclusive de outras perspectivas epistemológicas, vinculadas a outras linhagens de pesquisa; analisar a questão epistemológica a partir de comparações e analogias entre as ações de investigação dos pesquisadores envolvidos; fortalecer relações e a cooperação científica na área da comunicação em torno do eixo “midiatização e processos sociais”, dando, a esse processo, um espaço continuado de reflexões; estimular a construção desse objeto de pesquisa, oferecendo suas conclusões ao conjunto da área; contribuir para que teses, dissertações e trabalhos de iniciação científica incorporem questões sobre a midiatização em suas configurações; adicionar percepções e reflexões produtivas para a compreensão dos fenômenos empíricos relacionados à temática específica do evento (que se modificada a edição) tensionando o tema a partir das pesquisas que se realizam a partir das epistemologia das midiatização.

4.    PARCEIROS EM REDE E PROCESSOS FORMATIVOS

O evento tem um formato que favorece a divulgação da produção científica nacional (incluindo blog, hotsite, anais de resumos ampliados e artigos completos, livros em português e inglês, além da rede que se constitui, com a colaboração de universidades associadas ao projeto). É forte momento de debates entre perspectivas epistemológicas, metodológicas e empíricas sobre os processos de midiatização no Brasil e no mundo. Tem sido referências para a produção científica no Brasil, no âmbito desta linhagem de pesquisa a que se refere. A midiatização é responsável por uma parcela significativa de trabalhos acadêmicos apresentados nos eventos e em revistas acadêmicas da área da comunicação no país, e também nos países presentes por pesquisadores convidados. É referência para acordos multilaterais, no Brasil, na América Latina e com o ‘norte’. Esses acordos são institucionais e de pesquisa, alimentando uma rede em constituição, que se consolida na interlocução proposta. Se desenvolve em formatos com forte participação discente, em produção de resumos, debates, artigos, em processos de avaliação, editoriais, coordenação e gestão de processos.

A proposta tem o histórico das interações dos interlocutores realizadas através dos primeiros três seminários, processos formativos (doutorados sanduiches e pós-doutorados), mobilidade (eventos realizados no Brasil e no exterior), produção bibliográfica compartilhada, conforme relatado no item histórico do evento. Constitui-se, nesse processo, uma rede de grupos de pesquisa, com acordos institucionais trilaterais e bilaterais em curso, nacionais e internacionais, que se consolida no elenco de universidades colaboradoras (UFSM; UBA e UNR (Argentina); Montpellier (França); Södertörn University (Suécia). Essas aproximações vêm permitindo renovada interlocução (doutorados sanduíches, professores visitantes, jornadas em vídeo-conferência, e pós doutorados para os docentes e discentes envolvidos na rede em constituição, pesquisa cooperativa em nível internacional).

5.    FORMATO DE CO-GESTÃO

A proposta tem o histórico das interações dos interlocutores realizadas através dos primeiros três seminários, processos formativos (doutorados sanduiches e pós-doutorados), mobilidade (eventos realizados no Brasil e no exterior), produção bibliográfica compartilhada, conforme relatado no item histórico do evento. Constitui-se, nesse processo, uma rede de grupos de pesquisa, com acordos institucionais trilaterais e bilaterais em curso, nacionais e internacionais, expressos no elenco de universidades colaboradoras.

Neste quarto encontro, a proposta é de que as interações ocorram através da triangulação: perspectivas pesquisa a partir das epistemologias da midiatização (no Norte e no Sul); pesquisadores brasileiros externos à pesquisa sobre midiatização e processos sociais; e pesquisadores da Unisinos. A partir deste ano, este projeto ingressa em nova fase, com a constituição de uma rede de pesquisa, acionando parcerias entre duas ou mais instituições, em projetos de pesquisa pontuais.

Destacamos que, ainda no âmbito dos processos formativos, mestrandos e doutorandos, mestres e doutores, pós doutorandos e pós doutores egressos e integrantes do Grupo de Pesquisa organizador, participam como pareceristas, em avaliação cega, dos resumos expandidos submetidos por formandos em titularidade inferior à sua – sob coordenação dos professores pesquisadores do Grupo Midiatização e Processos Sociais. Estes avaliaram (num grupo de mais de três dezenas de pareceristas) cada um dos trabalhos submetidos por pares, com notas classificatórias, que resultaram nos trabalhos aprovados. Esses são depois agrupados pela comissão organizadora, de forma sucessiva, até chegar aos grupos de trabalho do evento. Esses discente também participa como editores dos Anais de Resumos Ampliados (https://midiaticom.org/anais/index.php/seminario-midiatizacao-resumos)e Artigos Completos (https://midiaticom.org/anais/index.php/seminario-midiatizacao-artigos). Os discentes são, portanto, co-gestores do projeto.

 

6.    CONTRIBUIÇÃO PARA FORMAÇÃO E PESQUISA

O Seminário está permitindo que centenas de pesquisadores (conforme dados acima), docentes e discente, se integrem a um debate internacional sobre a linhagem de pesquisa Midiatização e Processos Sociais, incluindo a mobilidade e formação. Atua-se, assim, em tempo de reverter tendências já observadas, de que esse objeto de pesquisa seja apropriado especificamente pelo Norte, considerando suas competências linguísticas e de rede de pesquisas, acionadas por sistemas de integração que se reproduzem. Essa inserção corresponde aos objetivos dos processos formativos, de mobilidade e de investigação da proposta, buscando horizontalidades e trocas entre os diversos polos de pesquisa.

Destacamos que, ainda no âmbito dos processos formativos, mestrandos e doutorandos, mestres e doutores, pós doutorandos e pós doutores egressos e integrantes do Grupo de Pesquisa organizador, participam como pareceristas, em avaliação cega, dos resumos expandidos submetidos por formandos em titularidade inferior a sua – sob coordenação dos professores pesquisadores do Grupo Midiatização e Processos Sociais. Estes avaliaram (num grupo de mais de três dezenas de pareceristas) cada um dos trabalhos submetidos por pares, com notas classificatórias, que resultaram nos trabalhos aprovados. Esses foram depois agrupados pela comissão organizadora, de forma sucessiva, até chegar aos grupos de trabalho do evento.

Entre os seus resultados, além dos processos formativos no curso de sua realização, na graduação e pós graduação, incluindo professores que não estão inseridos em PPGs, acentuamos a consolidação em uma biblioteca de reflexões, em formato de artigos completos das apresentações em GTs e livros, publicados no formato de e-book (com capítulos produzidos pelos participantes das mesas de conferências), que vem se transformando em referências bibliográficas para pesquisas em curso.