Astúcias do jornalismo na defesa de Direitos Humanos
Resumo
O presente trabalho busca articular os conceitos de “arte do dizer” (Certeau, 2014, processos de codificação e decodificação, posições de decodificação e corrente sintagmática (Hall, 2013), além da estrutura dos preconceitos no cotidiano (Heller, 2014) para analisar veículos jornalísticos nativos digitais sem fins lucrativos, como Ponte Jornalismo, que atua no combate a violações e na defesa de Direitos Humanos, e AzMina, com trabalho semelhante em defesa das mulheres, ambos com abordagem interseccional (Collins, Bilge, 2020). A hipótese é que a prática do jornalismo pode ser interpretada como uma arte de dizer em que as astúcias da inteligência são, principalmente no contexto da sociedade midiatizada, aplicadas por esses veículos no intuito de quebrar o discurso dominante das correntes sintagmáticas formadas pela mídia hegemônica, fortalecendo posições de código de oposição na decodificação e contribuindo para o combate efetivo aos preconceitos.