MIDIATIZAÇÕES SOCIOTÉCNICAS: FAREJAR O SOCIAL DAS MÍDIAS DIGITAIS E SEGUIR OS RASTROS DAS HUMANIDADES
Resumo
Ao considerar que quando o social se torna midiatizado, as humanidades se tornam digitais, este artigo procura investigar como e de quais maneiras os não humanos (mídias digitais, seus algoritmos e affordances) medeiam os processos de midiatização. O objetivo central é refletir sobre quais são as implicações da inclusão de mediações socioténicas aos estudos em midiatização, entendendo que as mídias não são meros instrumentos de operação infocomunicacional (intermediação), mas ambientes midiáticos que produzem, transformam e reconfiguram sentidos de conteúdos que neles circulam por meio de associações entre entidades de diferentes tipos (mediação). O argumento é construído com base na Teoria Ator-Rede, que reconhece a ação não humana que, em associação à humana, compõe o que pode ser descrito como social, em função dos rastros por elas deixados por onde ocorrem.