Narrativas de subjetividade, jornalismo e midiatização
Resumo
Observa-se, no artigo, o que chamamos de midiatização das narrativas jornalísticas de subjetividade. Partimos do pressuposto que estes modelos de narrativa são afetados pela processualidade da midiatização, midiatizando-se, quando se transformam em fenômenos midiáticos. Narrativas jornalísticas são aqui compreendidas como modelos narrativos que têm, no singular, sua categoria estruturante e que relatam seus enunciados em um suceder temporal, encaminhados para um desfecho, sendo marcados, neste movimento, pela sucessão de estados de transformação (LEAL, 2022; REIS, 2018; MOTTA, 2013; LOPES, REIS, 1988). As narrativas jornalísticas serão consideradas “de subjetividade”, com Moraes (2022), quando tensionam cânones jornalísticos seculares, tais como critérios de noticiabilidade e valores-notícia; quando têm postura ativista e quando estão assentadas em bases objetivas mais amplas, tais como posição de classe, gênero, estrutura social, entre outros. Mas, também, quando olham para lugares pouco observados pelo jornalismo, caso das inquietações, frustrações, alegrias, angústias e sentimentos. Denominamos, com Verón (2013), os sentidos que emergem destes movimentos de semioses jornalísticas.