Sapiens midiatizado: conhecimentos comunicacionais na constituição da espécie

Midiatização: o que se diz e o que se pensa 17 trata de um seminário acadêmico, parece natural que o conhecimento seja, primeiramente, decodificado como aprendizagem; nesse sentido, a midiatização se confundiria com deslocamentos do conhecimento que, midiaticamente, circulariam dando razão a uma tendência transmissiva, cara aos estudos da Teoria da Comunicação desde suas primeiras e conhecidas incursões aca- dêmicas. Comunicação enquanto transmissão constituiria seu papel fundamental que, enquanto conhecimento, zelaria pela aprendizagem e, sobretudo, pela sua propagação, sempre alerta às novidades, mas, sobretudo, à sustentação do conhecimento como tradição e repetição, a fim de manter os principais víncu- los sociais sedimentados. A dinâmica social estaria protegida, enquanto fosse possível comunicar valores tradicionais. Nesse sentido, midiatização poderia ser entendida como circulação e seria convocada como papel central daquela dinâmica social. Nesse processo, o conhecimento seria aprendizagem do estabelecido e apresentado, de modo irrevogável, como conhecimento e privilé E g n io q . uanto processo, a sociedade se altera e, sobretudo, se adapta aos embates econômicos, culturais e tecnológicos que a atravessam. Nesse processo, a comunicação surge como ele- mento construtor da realidade social e seus processos de transformação. Secundando Darwin, aquele processo arrasta consigo todas as estratégias que, desde o Homo habilis, apresentaram alternativas para produzir e desenvolver aquela mudança, a fim de encontrar caminhos que levaram aquele homem a transfor- mar-se no Homo sapiens. Porém, não basta constatar que a comunicação constrói a realidade social. É indispensável saber como constrói e em que medida essa construção supõe constante perseverança. Nesse compasso, a comunicação deixa evidentes seus processos de comunicabilidade disponíveis à observação, base adequada a uma ciência que, aderente ao seu fazer ou acontecer, elege o domínio empírico como instância inicial e sugestiva para a produção de inferências teórico-interpretativas (Ciro Marcondes). Traduzido pela comunicabilidade, esse processo atinge a produção de conhecimento e sua passiva aprendizagem reconstitui-se como invenção; ainda que tentativa lenta, porém constante (José Luiz Braga). Passa-se da aprendizagem para a

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