Ana Paula da Rosa 188 instalada em práticas e no imaginário social. Como a ética da alteridade proposta por Lévinas pode nos ajudar a não ficar nas bor- das do relato do acontecimento, mas a elaborar acontecimentos que rompam com estas formas de poder já arraigadas? Entra aí a reflexão crítica do “corte” étnico (no caso dos conflitos urbanos no Brasil) ou do “estrangeiro” (os conflitos imigratórios e entre povos) não apenas como constatação, mas como um exercício de olhar o outro como outro. Este exercício independe daquele que o jornalismo hegemônico faz, visto que a sociedade desenvolve suas próprias experimentações. Neste aspecto, o contra-agenciamento aqui mencionado pode constituir-se como forma de enfrentamen- to de discursos de violência a partir do fluxo de contraimagens. Estamos aí diante de um fazer que é ético, mas também político. Referências BOLTANSKI, Luc. Distant suffering. Cambridge: Cambridge Uni- versity Press, 1999. BRAGA, José Luiz. Circuitos versus campos sociais. In: JANOTTI JR., J; MATTOS, M. A; JACKS, N. Mediação & Midiatização. Salvador: EDUFBA, Brasília: COMPÓS, 2012. p. 31-52. BRAGA, José Luiz; FERREIRA, Jairo; FAUSTO NETO, Antonio; GOMES, Pedro Gilberto (org.). Dez perguntas para a produção de conhecimento em comunicação. São Leopoldo: Unisinos, 2013. BRAGA, José Luiz. Lógicas da mídia, lógicas da midiatização? In: Relatos de investigaciones sobre mediatizaciones - CIM, 2014, Rosario, Argentina. Investigaciones sobre mediati- zaciones, 2014. p. 1-20. BUTLER, Judith. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017. CARLON, Mario. La cultura mediática contemporánea: otro motor, otra combustión (segunda apropiación de la teoría de la comunicación de Eliseo Verón: la dimensión espa- cial). In: CASTRO, Paulo César (org.). A circulação discursiva: entre produção e reconhecimento. Maceió: EDUFAL, 2017. p. 25-48.
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