José Luiz Braga 58 .1. Um primeiro aspecto é a necessidade de investigar o que torna específica a situação de midiatização atual, por con- traste com o conjunto geral, em cotejo com circunstâncias ante- riores. É preciso compreender os ângulos em comum com o padrão histórico (instabilidade de padrões; intensificação de expe- rimentações; relevância de instâncias críticas; favorecimento de aprendizagens sociais, contextuais e de invenção) – assim como perceber as modulações aí incidentes e os aspectos sui generis. .2. Na pesquisa de situações pontuais de midiatização – estudos de caso, comparações, proposições praxiológicas, re- flexões teóricas, processos interpretativos – devemos estar pre- parados para observar a composição específica de acionamento de conhecimentos anteriores à midiatização, de conhecimentos mais ou menos estabilizados sobre as mídias, de elementos de experimentação social em curso, de aprendizagens individuais necessárias, daquilo que depende de formações escolares e do que pede invenção social – assim como os tensionamentos gera- dos pela crítica social. .3. As tecnologias podem resolver problemas, abrir novas frentes, estimular a criatividade, favorecer aprendizagens; ou en- tão resultar em processos autocráticos, produzir descaminhos, estimular o ódio, intensificar polarizações – com toda uma variedade de possibilidades no intervalo. Uma pergunta relevante para a pesquisa deve ser feita sobre as condições contextuais e comu- nicacionais que estimulam umas ou outras destas alternativas. .4. A variação de encaminhamentos não decorre, simplesmente, das intenções dos usuários, como se as tecnologias fos- sem neutras – não são. Em grande parte, os resultados, válidos
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